Pertencente à família Mustelidae que inclui, entre outros, a lontra (Lutra lutra), a marta (Martes martes) e o texugo (Meles meles), a doninha (Mustela nivalis) representa o elemento mais pequeno deste grupo de mamíferos, sendo considerada o carnívoro de porte mais pequeno da nossa fauna.
Dados biométricos da doninha (Mustela nivalis)
Apesar dos machos atingirem dimensões discretamente maiores que as fêmeas, podendo medir cerca de 27cm e pesar até 170 gr, o dimorfismo sexual não existe relativamente às outras características físicas. A pelagem curta é castanha arruivada no dorso, cabeça, patas e cauda, sendo o ventre completamente branco.
A pelagem acastanhada do dorso contrasta nitidamente com a mancha ventral clara, característica comum a outros mustelídeos.
Relativamente à sua identificação, a diferenciação entre a doninha e o arminho (Mustela erminea), outro mustelídeo da nossa fauna, pode levar a alguma confusão no período do ano em que este adquire a pelagem de Verão, já que no Inverno se apresenta maioritariamente branco. O raríssimo arminho diferencia-se essencialmente por um porte ligeiramente maior e, principalmente, por apresentar uma cauda mais comprida e negra na extremidade.
Arminho (Mustela erminea)
No que diz respeito à distribuição, a doninha é, juntamente com o toirão (Mustela putorius), o mustelídeo que apresenta uma abrangência mais ampla em termos de ecossistemas, ocupando desde zonas florestadas de montanha até áreas humanizadas, caracterizadas por pastos e campos de cultivo divididos por muros de pedra, o que lhes confere simultaneamente área de caça e refúgio.
O território de cada macho engloba o de várias fêmeas apresentando ambos, no entanto, hábitos eminentemente solitários e territoriais, só quebrados na altura do cio.
O seu período de actividade distribui-se ao longo do dia e da noite, interrompido por alguns momentos de descanso.
Trata-se de um animal dotado de extrema agilidade e, ao mesmo tempo, voracidade, o que lhe permite predar sobre mamíferos com tamanhos consideráveis comparativamente ao seu, como por exemplo coelhos! No entanto, roedores e pequenas aves constituem a sua principal fonte de dieta.
Na actualidade trata-se de uma espécie não ameaçada, que pode ser vista com alguma facilidade ao longo do dia junto a áreas humanizadas. As fotos apresentadas representam um exemplar adulto observado a meio da tarde, durante largos minutos, num amplo prado situado no Vale do rio Minho.