Pertencente à família Mustelidae que inclui, entre outros, a lontra (Lutra lutra), a marta (Martes martes) e o texugo (Meles meles), a doninha (Mustela nivalis) representa o elemento mais pequeno deste grupo de mamíferos, sendo considerada o carnívoro de porte mais pequeno da nossa fauna.
Dados biométricos da doninha (Mustela nivalis)
Apesar dos machos atingirem dimensões discretamente maiores que as fêmeas, podendo medir cerca de 27cm e pesar até 170 gr, o dimorfismo sexual não existe relativamente às outras características físicas. A pelagem curta é castanha arruivada no dorso, cabeça, patas e cauda, sendo o ventre completamente branco.
A pelagem acastanhada do dorso contrasta nitidamente com a mancha ventral clara, característica comum a outros mustelídeos.
Relativamente à sua identificação, a diferenciação entre a doninha e o arminho (Mustela erminea), outro mustelídeo da nossa fauna, pode levar a alguma confusão no período do ano em que este adquire a pelagem de Verão, já que no Inverno se apresenta maioritariamente branco. O raríssimo arminho diferencia-se essencialmente por um porte ligeiramente maior e, principalmente, por apresentar uma cauda mais comprida e negra na extremidade.
Arminho (Mustela erminea)
No que diz respeito à distribuição, a doninha é, juntamente com o toirão (Mustela putorius), o mustelídeo que apresenta uma abrangência mais ampla em termos de ecossistemas, ocupando desde zonas florestadas de montanha até áreas humanizadas, caracterizadas por pastos e campos de cultivo divididos por muros de pedra, o que lhes confere simultaneamente área de caça e refúgio.
O território de cada macho engloba o de várias fêmeas apresentando ambos, no entanto, hábitos eminentemente solitários e territoriais, só quebrados na altura do cio.
O seu período de actividade distribui-se ao longo do dia e da noite, interrompido por alguns momentos de descanso.
Trata-se de um animal dotado de extrema agilidade e, ao mesmo tempo, voracidade, o que lhe permite predar sobre mamíferos com tamanhos consideráveis comparativamente ao seu, como por exemplo coelhos! No entanto, roedores e pequenas aves constituem a sua principal fonte de dieta.
Na actualidade trata-se de uma espécie não ameaçada, que pode ser vista com alguma facilidade ao longo do dia junto a áreas humanizadas. As fotos apresentadas representam um exemplar adulto observado a meio da tarde, durante largos minutos, num amplo prado situado no Vale do rio Minho.
7 comentários:
Paulo parabéns por este artigo da doinha que descreves muito bem, também com as imagens e o vídeo espectacular.
Já tens observado a doninha com facilidade noutros locais, nomeadamente em montanha?
Olá Helder!
Na verdade, se a memória não me falha, esta foi a minha primeira observação de doninha. Contudo, nunca fiz nenhum esforço especificamente para a ver. É daquelas observações fortuitas que surgem repentinamente no nosso caminho, autênticos golpes de sorte!
Bem interessante este artigo e muito bem ilustrado.
Também partilho do mesmo gosto por Montanhas, inclusivé estou com um projecto fotográfico ligado a essa vertente, e gostaria de entrar em contacto consigo.
O meu endereço: nature-35@hotmail.com (David Marques)
Obrigado
Paulo,
Artigo muito interessante! As fotos e o vídeo estão excelentes.
Aproveito para divulgar o meu recém-criado blog www.amagiadaliteratura.blogspot.com
Visita-o e deixa o teu comentário ou sugestão.
Sofia
O link que deixei tem um erro. O correcto é o seguinte www.amagiadaliteratura.blogspot.com
Sr. Paulo Santos, para quando mais posts? Eu tenho aprendido muito com o que escreve. Os seus artigos sao muito pormenorizados e documentados com fotografias de grande qualidade.
Cumprimentos.
Este post trás-me alguma utilidade...lol, sempre tive dificuldade em distinguir: martas, arminhos e doninhas...acho que só ainda tive a oportunidade de ver doninhas
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