Mergulhando nos locais mais recônditos dos bosques mistos cantábrico e pirenaico, encontramos o grande Galo Selvagem, símbolo ímpar de sobrevivência e adaptabilidade às alterações dos ecossistemas levadas a cabo pelo Homem ao longo dos tempos.
Membro da família dos tetraonídeos, o galo-montês (Tetrao urogallus) distingue-se dos restantes elementos pelo porte, pelo notável dimorfismo sexual e um conjunto de características peculiares do seu ciclo biológico.
Originário da zona boreal, foi graças às alterações climáticas geradas pela última glaciação de Würm que o galo-montês expandiu a sua área de distribuição até à Europa meridional.
Foi a partir desta "população-mãe" que se desenvolveram as duas subespécies ibéricas, que na actualidade travam uma luta incessante pela sobrevivência - Tetrao urogallus aquitanicus (Cordilheira Pirenaica) e Tetrao urogallus cantabricus (Cordilheira Cantábrica).
Apesar dos poucos testemunhos existentes, a população de galo-montês portuguesa, derivada da população cantábrica, terá existido entre nós até aos finais do séc. XVIII, protegida pela sombra dos últimos carvalhais da Serra do Gerês.
Actualmente, em Espanha, a espécie está classificada como "em perigo de extinção" no Catálogo Nacional de Espécies Ameaçadas desde Julho/2005.
Assiste-se nos últimos anos a um claro declínio dos números populacionais desta importante ave, principalmente nos bosques Cantábricos, onde o último censo dos "cantaderos" - áreas onde se desenrolam as lutas pré-nupciais - realizado em 2001, aponta para a existência de pouco mais de 100 machos nas Astúrias... Segundo estimativa da SEO (Sociedade Espanhola de Ornitologia), a população total da Cordilheira não deverá ultrapassar os 500-600 indivíduos.
Analisando cuidadosamente as razões do desaparecimento do galo-montês, chegamos à conclusão, mais uma vez, que o factor humano tem um papel primordial. Não obstante, não podemos desvalorizar o papel que pode estar a ter o aquecimento global das últimas décadas (em parte, seguramente, por acção do homem), afectando uma espécie de âmbito boreal com uma distribuição marginal.
Passo, em seguida, à enumeração das causas possiveis para o declínio da população ibérica da espécie.
FRAGMENTAÇÃO DOS BOSQUES
Membro da família dos tetraonídeos, o galo-montês (Tetrao urogallus) distingue-se dos restantes elementos pelo porte, pelo notável dimorfismo sexual e um conjunto de características peculiares do seu ciclo biológico.
Originário da zona boreal, foi graças às alterações climáticas geradas pela última glaciação de Würm que o galo-montês expandiu a sua área de distribuição até à Europa meridional.
Foi a partir desta "população-mãe" que se desenvolveram as duas subespécies ibéricas, que na actualidade travam uma luta incessante pela sobrevivência - Tetrao urogallus aquitanicus (Cordilheira Pirenaica) e Tetrao urogallus cantabricus (Cordilheira Cantábrica).
Apesar dos poucos testemunhos existentes, a população de galo-montês portuguesa, derivada da população cantábrica, terá existido entre nós até aos finais do séc. XVIII, protegida pela sombra dos últimos carvalhais da Serra do Gerês.
Actualmente, em Espanha, a espécie está classificada como "em perigo de extinção" no Catálogo Nacional de Espécies Ameaçadas desde Julho/2005.
Assiste-se nos últimos anos a um claro declínio dos números populacionais desta importante ave, principalmente nos bosques Cantábricos, onde o último censo dos "cantaderos" - áreas onde se desenrolam as lutas pré-nupciais - realizado em 2001, aponta para a existência de pouco mais de 100 machos nas Astúrias... Segundo estimativa da SEO (Sociedade Espanhola de Ornitologia), a população total da Cordilheira não deverá ultrapassar os 500-600 indivíduos.
Analisando cuidadosamente as razões do desaparecimento do galo-montês, chegamos à conclusão, mais uma vez, que o factor humano tem um papel primordial. Não obstante, não podemos desvalorizar o papel que pode estar a ter o aquecimento global das últimas décadas (em parte, seguramente, por acção do homem), afectando uma espécie de âmbito boreal com uma distribuição marginal.
Passo, em seguida, à enumeração das causas possiveis para o declínio da população ibérica da espécie.
FRAGMENTAÇÃO DOS BOSQUES
- isolamento e posterior abandono dos "cantaderos"
- aumento da acessibilidade aos caçadores furtivos
- aumento da densidade de herbívoros (veados, javalis, vacas) o que leva a um aumento da pressão sobre a vegetação (principalmente azevinho e uva-do-monte, que são importante fonte de alimento e refúgio para a espécie)
PERDA DE DIVERSIDADE VEGETAL
- o galo-montês ocupa diferentes nichos do habitat consoante a época do ano, requerendo bosques maduros, com árvores de grande porte e de diversas espécies, com abundantes clareiras e matas ricas em arbustos produtores de bagas (principalmente uva-do-monte)
BAIXO ÍNDICE REPRODUTOR
- pelos déficits alimentares devidos à má qualidade do habitat e diminuição da população de insectos
- pela inexistência de comida no inverno, o que também leva a um maior gasto de energia à procura de alimento
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
- aumento do frio e nevadas tardios, afectando a incubação e criação
- aumento da pluviosidade no mês de Junho
AUMENTO DA PREDAÇÃO PELO JAVALI E RAPOSA
- o facto da postura ser realizada no solo torna quer os ovos, quer as jovens crias, muito vulneráveis à acção dos predadores
As piores estimativas vaticinam um desaparecimento precoce do galo-montês das nossas serras, que ocorrerá, se nada se fizer, em pouco mais de uma década.
Está nas nossas mãos impedir a "morte anunciada" do grande Senhor dos Bosques...
Está nas nossas mãos impedir a "morte anunciada" do grande Senhor dos Bosques...
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