Retomando mais uma vez o tema da preocupante situação do galo-montês (Tetrao urogallus) em Espanha, nomeadamente no que à população cantábrica diz respeito, apresento em seguida mais um sinal positivo que demonstra a sensibilização dos cientistas e da população em geral perante a extinção eminente do Senhor dos Bosques.
Falo em concreto da edificação do "Centro del Urogallo", cujas instalações tive o privilégio de visitar no final de 2005.
Situado em Caboalles de Arriba, uma pequena aldeia mineira na vertente sul da Cordilheira Cantábrica, alberga ao mesmo tempo o Centro de Interpretação do recém-criado Espaço Natural do Alto Sil, pertencente à rede de Espaços Naturais de Castela e Leão.
Inaugurado em Agosto de 2005, conta já com um impressionante número de mais de 2500 visitantes até Dezembro de 2005.
Antes de entrarmos na exposição, sugiro que contemplem o magnífico bosque caducifólio que serve de pano de fundo ao Centro, criando uma envolvência verdadeiramente mágica!
Na recepção encontramos gente jovem da terra, sorridente, que descreve com entusiasmo e orgulho as várias salas de exposição que compõem o Centro.
Sugiro que a visita se inicie na sala de audiovisuais, onde é projectado um magnífico filme de 30 min, o qual retrata na perfeição os costumes e tradições das populações do Alto Sil, transportando em seguida o espectador numa viagem envolvente através dos seus bosques, em busca dos sítios mais recônditos e das espécies faunísticas mais emblemáticas.
Sala de audiovisuais
Entramos em seguida na exposição propriamente dita, a qual está dividida em 3 áreas temáticas diferentes, distribuida em outras tantas salas.
A primeira delas incide sobre a história geológica das montanhas que compõem este Espaço Natural, descrição da climatologia da região e caracterização dos acidentes orográficos mais importantes.
Sala dedicada à geologia, climatologia e orografia
A sala seguinte é dedicada aos valores etnográficos da zona, onde são retratadas com rigor práticas ancestrais das populações rurais, dando ao visitante a oportunidade de apreciar um interessante conjunto de utensílios e máquinas usados na agricultura e pastorícia.
Sala etnográfica
Por último chegamos à sala mais emblemática, dedicada por completo às joias faunísticas que povoam os bosques do Alto Sil. Aqui, como não podia deixar de ser, o galo-montês é rei! Através de um conjunto de maquetas cuidadosamente construido, são retratados todos os pormenores relativos à biologia da espécie, desde os fantásticos rituais de acasalamento dos adultos até ao nascimento das pequenas crias, passando pela caracterização e utilização do habitat mais favorável.
Entre as outras espécies visadas, destacamos pela sua importância o urso pardo, o gato-montês, a marta, o corço, o veado (entre outras), que tornam estas montanhas num espaço único que importa preservar a todo o custo.
Galo-montês retratado no seu habitat natural
Para terminar, importa referir que o "Centro del Urogallo" está aberto de Segunda a Domingo (10:00 às 13:30; 16:30 às 19:30) e a entrada é gratuita.
Mais um bom exemplo para as Áreas Protegidas Nacionais, cujos Centros de Interpretação, geridos pelas obsoletas "regalias" da Função Pública, mantêm as suas portas fechadas ao fim-de-semana, altura em que a afluência de turistas é maior...
2 comentários:
Parabens pelo blogue. É um dever referi-lo e divulgá-lo. Octávio Lima (ondas3.blogs.sapo.pt)
Parabens pelo Blog. Está fantastico!
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