Ao percorrer os trilhos das montanhas do Ocidente Asturiano, coexistindo com o riquíssimo património natural, deparamo-nos com um legado etnográfico único, associado a uma milenária cultura pastoril, mantida intacta até aos dias de hoje.
Refiro-me às denominadas "brañas", conjuntos de cabanas edificadas em prados de altitude, servidas por fontes ou pequenos riachos e que, desde a Idade Média, continuam a ser utilizadas pelos vaqueiros como fonte de alimento e refúgio para as suas manadas, desde o início do degelo primaveril, até às primeiras neves outonais.
No que respeita à arquitectura, podemos encontrar dois tipos principais de brañas. As mais primitivas, denominadas corros, correspondem a pequenas cabanas de pedra com forma circular cujo tecto é impermeabilizado por um tapete de erva. As mais recentes e elaboradas, as cabañas de teito, também com paredes de pedra mas de forma rectangular, têm um tecto formado por uma estrutura de madeira, sobre a qual é colocada uma cobertura (teito), composta por giestas e piornos. Estes teitos são impermeáveis e suportam o peso das intensas nevadas que se abatem sobre estas regiões no inverno, permitindo o abrigo perfeito para os pastores e suas manadas.
Em Portugal, mais concretamente nas serras da Peneda, Gerês e Amarela, podemos encontrar construções similares, embora com diferente arquitectura. São as chamadas brandas ou verandas (Bosgalinhas, S. Bento do Cando, Mosqueiros, Aveleira...), a maior parte em ruinas, abandonadas pelos pastores, practicamente "extintos" destas serranias e esquecidas pelos órgãos responsáveis pela conservação de tão importante herança etnográfica.
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4 comentários:
Gostei bastante do texto e das fotos...
Agora há que fotografar as verandas da Serra da Peneda para as mostrares no blog!
Um abraço,
Miguel
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